terça-feira, 23 de setembro de 2014

Para uma garrafa no mar


Querido,

Sua viagem me deixou pensativa. Então eu pensei, pensei aqui em você. Você é mesmo como o mar, querido. Eu estava assim, na praia, com os pés na areia, ouvindo o barulho das ondas. Senti você me tocando aos poucos. Molhava meus pés, retornava, seguindo o ritmo da sua natureza. Eu me assustei, não percebi que o mar chegava assim, foi de repente... E me fez cócegas. Eu sorri. De olhos fechados eu sentia a suavidade e a agressividade das suas ondas na minha pele. Então, querido, você continuou pelas pernas, devagar, até me molhar por inteira. Eu era tua. Foi uma delícia sentir a maré se encher assim em mim. Mas, querido, a maré tem dessas coisas. Vejo o mar de volta, devagar, tocando de novo meus pés, apenas meus pés... Então, querido, quero dizer antes que a maré baixe até bem longe e o vento não possa mais levar minhas letrinhas. Quero dizer que foi bom, muito bom, ser tua. Aquela menina de olhos fechados e pés na areia tem agora um sorriso diferente no rosto e guarda um carinho no coração. Por você.

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