quinta-feira, 26 de novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Querido,

Preciso urgentemente contar sobre as descobertas. Acredita que dezembro ta chegando? Ele é que traz as chuvas. Deixa um barulho engraçado na janela do meu quarto. Dissolve as lágrimas. Dispensa o uso de protetor solar. Traz fermento para flores. Cria poças. Faz todo mundo andar por aí com guarda chuva pendurado no braço. Deixa o verde mais verde. Borrifa no ar perfume de saudade. Faz o povo falar “êta céu bunito pra chuver!”. Danado ele né? Ah, querido, eu não queria ser assim tão açúcar pra derreter em dezembro...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Fica

Coloca
música
na
minha
poesia?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Então entrei novamente por aquela porta envelhecida pelo tempo e pelo fogo. Ele fechou a janela e acendeu seu cigarro. Logo logo o quarto era só fumaça. Eu acendi o meu. Só um. Mas ele não parou. E por mais que eu quisesse, aquela fumaça não causava incômodo. Eu podia ver o quanto ele é ansioso. E falava. E eu mergulhada em mim. E nele. Naquela boca movendo, falando, tragando. A barba maior. Eu me sentia bem por saber que eu não sou a única a amar assim tão desesperadamente. Um cigarro atrás do outro. Eu amo tanto essa ânsia. Ele parou. Pegou o papel que embrulhava o bombom. Lá vem ele de novo com essa mania de me dar corações de papel. Eu já disse que adoro manias? Adoro. Mas nesse não vou por data. Esse que seja eterno. Que seja reticências. O quarto, a fumaça, a barba, o progressivo que tocava no dvd, as conversas filosóficas, as leituras, o mergulhar e, melhor ainda, aquele amor desesperado que só nós dois e nunca mais.