terça-feira, 3 de novembro de 2009

Então entrei novamente por aquela porta envelhecida pelo tempo e pelo fogo. Ele fechou a janela e acendeu seu cigarro. Logo logo o quarto era só fumaça. Eu acendi o meu. Só um. Mas ele não parou. E por mais que eu quisesse, aquela fumaça não causava incômodo. Eu podia ver o quanto ele é ansioso. E falava. E eu mergulhada em mim. E nele. Naquela boca movendo, falando, tragando. A barba maior. Eu me sentia bem por saber que eu não sou a única a amar assim tão desesperadamente. Um cigarro atrás do outro. Eu amo tanto essa ânsia. Ele parou. Pegou o papel que embrulhava o bombom. Lá vem ele de novo com essa mania de me dar corações de papel. Eu já disse que adoro manias? Adoro. Mas nesse não vou por data. Esse que seja eterno. Que seja reticências. O quarto, a fumaça, a barba, o progressivo que tocava no dvd, as conversas filosóficas, as leituras, o mergulhar e, melhor ainda, aquele amor desesperado que só nós dois e nunca mais.

Um comentário:

gabi disse...

eu quero um amor desesperado só nós dois ;