domingo, 10 de março de 2013


Querido,

Como a vida passa assim tão rápido? Ontem mesmo não era sábado? Não era dia 1? Ontem mesmo não joguei terra com cuidado em cima da sementinha? Não foi ontem que plantei bananeira, que brinquei de esconde-esconde, que tomei guaraná e comi pão na vovó? A vida engole o tempo, é? O tempo não dorme, querido? Diz pra mim quando eu vou terminar aquele samba que você nem musicou? Quantos minutos ainda vão ser esmagados pelo trânsito, pelo asfalto, pela carteira assinada e pelo supermercado? Agora que tenho carimbo, diz pro tempo aceitar aquele tarja preta pra gente poder olhar pras estrelas sem medo de criar verruga?