Quando
eu era criança, certo dia estava passeando com minha mãe. Estávamos dentro do
carro e chovia forte. Eu era muito pequena mesmo. Minha memória não é muito
boa, mas esse dia me marcou. Minha mãe estava perdida, não lembrava mais em que
rua entrar. As ruas estavam cheias de água. Eu conseguia ficar em pé no banco
de trás, bem no meio entre os dois bancos da frente, sabe? E então minha mãe
pensou alto “Onde eu entro mesmo? Será que é aqui à direita?” E eu respondi com
certeza “Ora mamãe, é só esperar a setinha aparecer!”. Você deve estar rindo
nesse momento, igual a minha mãe há não sei quantos anos. Mas eu não. Como deve
mesmo ser difícil ser adulto! Eu tenho que decorar as ruas? Pagar as contas?
Namorar? É sério, quando eu era criança eu achava que não ia conseguir namorar.
Como é que eu ia sair do meu mundo, com as minhas bonecas e ter que bater papo
com um menino? Ou melhor, um homem! Eu, definitivamente, não queria virar adulta.
E agora, que virei, que consegui namorar e decorar meus caminhos, ainda assim
me deparo com aquela rua cheia de água e a dúvida da esquerda ou direita. “Siga
seu coração”. Você já parou pra pensar no coração? O coração é difícil de
seguir. Tem um monte de válvulas, artérias e veias. Sem contar que ele não para:
é sempre tum ta tum ta. É difícil. Mas, sabe? Não importa quanto tempo você
fique parada. A setinha só vai aparecer quando você apertar. E o máximo que vai
acontecer é você ter que fazer uma manobra e voltar atrás.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
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